Onde estão os Protestantes?

Os “evangélicos” estão perdendo a referência do que é pecado!

Tudo é relativo, forma de interpretação ou experiências pessoais. A palavra do Senhor é menos importante que a necessidade humana.


2º Timóteo 4:3 e 4

Porque virá tempos em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando-se as fabulas.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Aprender a navegar no meio da tempestade

 
Naquele dia, quando já era tarde, disse-lhes: Passemos para o outro lado. E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia com ele também outros barcos. E se levantou grande tempestade de vento, e as ondas batiam dentro do barco, de modo que já se enchia. Ele, porém, estava na popa dormindo sobre a almofada; e despertaram-no, e lhe perguntaram: Mestre, não se te dá que pereçamos? E ele, levantando-se, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E cessou o vento, e fez-se grande bonança. Então lhes perguntou: Por que sois assim tímidos? Ainda não tendes fé? Encheram-se de grande temor, e diziam uns aos outros: Quem, porventura, é este, que até o vento e o mar lhe obedecem? (Marcos 4:35-41)
Numa época de grandes crises como a que nós vivemos, em que tudo à nossa volta parece desabar, temos que encontrar em algum lado confiança. Com certeza pelo menos uma vez  na nossa vida sentimos que apesar de sabermos que Jesus está no barco, parece que ele está a dormir. Todos sem excepção já enfrentamos esse problema, de sabermos que nos encontramos seguros, mas no entanto, de parecer que não escape da tempestade, pois no horizonte só se vislumbram mais problemas. Com certeza em oração já perguntamos a Deus “Mestre, não se te dá que pereçamos?”.
Eu acredito que nós temos um importante ensinamento nesta passagem, pois aquela pergunta que eles fizeram (Quem, porventura, é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?) revela bastante acerca de como eles aprenderam algo naquela noite. Eu penso que o ensinamento que eles tiveram nos ensina a na viver e regozijar-mo-nos na adversidade.
Na minha opinião o verdadeiro ensino, não está na altura em que a tempestade decorria mas sim, nas horas antes da tempestade e no que os discípulos fizeram. Eu gostava de apontar 3 atitudes que lhes valeram esta experiência.
1. Passaram o dia inteiro aos pés de Jesus – HUMILDADE
No fim do dia o Mestre lhes disse para o acompanharem à outra margem.
Jesus havia iniciado a falar às multidões no inicio do dia, e estes discipulos estiveram aos pés de Jesus a aprender dele aquela que era e ainda é a sua vontade. Muitas vezes não gostamos de estar parados, e aguardar direcção da parte de Deus. Recordo-me de Marta, o mestre estava lá em casa, ela tinha tantas tarefas para cumprir, o serviço era enorme, e o que é que a preguiçosa da Maria sua irmã fazia? estava sentada a ouvir Jesus. “Senhor diz à minha irmã que me ajude!” disse ela, ao que Jesus respondeu:” Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas; entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.”
Devemos reconhecer a necessidade que temos de estar aos pés de Cristo, “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas”, somos tolos se achamos que poderemos alcançar algo proveitoso e lucrativo para nós sem primeiro termos passado uma boa quantidade de tempo aos pés do Salvador.
2. Separaram-se das multidões – CONSAGRAÇÃO
Marcos 8:34 E chamando a si a multidão com os discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.
Algumas pessoas dizem que cumprir este mandamento é difícil, que separarmo-nos do mundo é complicado, eu discordo, a separação do mundo é fácil, não requer esforço algum, o difícil não é deixarmos o mundo, o difícil é deixarmo-nos a nós mesmo, abandonar o “ego”, crucificar o nosso eu.
Gálatas 2:20(a) Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim;
Pensem nisto, Paulo considerava-se morto para si mesmo, e que a vida ele vivia, já não era mais sua mas de Cristo. Ele dizia não se envergonhar do evangelho, e noutra passagem ele diz que a sabedoria de Deus é loucura para o homem natural, eu penso que ele compreendia perfeitamente esta realidade, se nós nos consagrarmos a Deus, o mundo não vai querer ter nada connosco, se nos dedicarmos completamente a Deus o mundo vai se separar de nós, apelidar-nos de fanáticos e eventualmente até nos perseguir. Mas surpreendentemente e por experiencia própria até no nosso meio, no seio das congregações, a separação e distanciamento acontecem, “irmãos” não querendo expor a sua superficialidade e falta de espiritualidade se demarcam para evitar comparações,  apelidando os que apenas querem viver a sua da maneira que Cristo quer que vivamos de fundamentalistas, fingido, hipócrita ou até fariseu.
E os discípulos também não precisaram de buscar deliberadamente separar-se da multidão, enquanto a multidão se ia embora, para ir tratar dos seus afazeres, alguns preferiram tratar dos afazeres que o Mestre pedia, enquanto que alguns iam descansar para no dia seguinte ir trabalhar, outros escolheram crucificar o seu “eu” e seguir Cristo.
3. Foram sem questionar - OBEDIÊNCIA
Vocês concerteza conhecem aquele ditado popular “quem vai para o mar avia-se em terra”. E nenhum homem prudente obedeceria assim ao pedido do Mestre, eles iam partir numa viagem relativamente comprida (da margem de Cafarnaum à margem da terra dos gadarenos a sul, seriam entre 17 a 20km), viagem que iria decorrer durante a noite, num mar que ainda hoje é conhecido pela sua imprevisibilidade, já para não falar que eles certamente estavam precisar de descansar. Um homem prudente diria a Jesus que era mais seguro partir de manhã cedo, mas no entanto ninguém disse nada.
Outro ponto interessante é que ninguém perguntou o que iam lá fazer, alguns hoje em dia talvez diriam: “É para irmos ouvir mais sermões? Eu já não preciso disso eu quero é proclamar ousadamente, eu não preciso de aprender mais, eu preciso de pôr em prática” ou ao contrário: “É para ir falar de ti Senhor? então não vou ainda não estou pronto, não me sinto à vontade”. De qualquer das formas o ensinamento é que o verdadeiro servo de Deus não questiona as ordens do seu Senhor, antes as obedece sem questionar, caso contrário usando uma analogia empresarial deixa de ser empregado e passa a ser sócio ou algo do género.
Se queremos aprender a navegar no meio da tempestade devemos aprender a obedecer inquestionavelmente as ordens do nosso Deus.
4. Como não reagir no meio da tempestade – CONFIANÇA
Quando lia esta passagem, uma duvida me assolou, porque é que Jesus os repreendeu depois de acalmar a tempestade?
A principio pensei que fosse pela arrogância do pedido de ajuda (Não se te dá que perecemos?), não devemos pedir as coisas a Deus quase em tom de exigencia, mas por outro lado, aqueles homens estavam completamente desesperados, nenhum homem são consegue numa situação de vida ou morte manter a calma, eu acredito que esse desespero na forma como pediram, não foi a razão da repreensão de Jesus, porque a sua acusação não foi contra a forma como pediram, mas sim com a sua falta de fé.
Mas onde é que eles falharam na fé, quando pessoas “doutoradas” na arte de navegar vão pedir ajuda a um carpinteiro, é porque têm fé que Ele vai fazer algo! Eu acredito que a sua falta de fé foi outra:
Amados, se Jesus nos declara (e afirma): “passemos à outra margem”, eu não me interessa se a maior das tempestades se levanta, se o maior dos redemoinhos está pela frente, se um vulcão cuspidor de lava se levanta à nossa frente, se o mar congela ou se seca debaixo do nosso barco. Se Jesus diz que vamos passar à outra margem, podemos estar tão certos quanto a nossa existência que nós vamos lá chegar.
Perguntem a Moisés se ele duvidou quando se deparou  com o mar Vermelho à sua frente e os carros egípcios atrás. Ele sabia que Deus os havia trazido até ali, e que a Terra Prometida lhes estava prometida, portanto mesmo enquanto os outros duvidavam ele lhes dizia: “Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que ele hoje vos fará; porque aos egípcios que hoje vistes, nunca mais tornareis a ver; o Senhor pelejará por vós; e vós vos calareis.”. Ele até podia não saber como, mas ele não se tinha esquecido do que Jeová havia realizado até ali.
Nós também não podemos nem devemos nos esquecer do que Deus já fez por nós! Se queremos aprender a viver no meio da adversidade, temos de aprender a confiar nas promessas de Deus, temos que ter fé que Ele as vai cumprir.
Em Cristo,
Fábio Silva

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