“A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração” – Colos. 3.16
INTRODUÇÃO
Como organista e pianista de uma igreja batista, sempre imaginei saber e entender o que é louvor, e que muitos louvores que circulam mundo afora, fazendo sucesso nas rádios e canais de TV, e até mesmo em outras igrejas batistas, atendiam de alguma forma as expectativas de adoração a Deus, porém eu estava enganado.
Baseado no erro de que qualquer tipo de louvor é louvor, não importando a letra, a melodia ou seu autor, resolvi escrever este artigo de forma de que alguma maneira você venha a ser edificado com este estudo, assim como este foi para o meu crescimento e ajuda no discernimento das músicas cristãs e músicas não cristãs.
O INÍCIO DA MUDANÇA NA ADORAÇÃO A DEUS
O MOVIMENTO DA RENOVAÇÃO
Nos últimos 40 anos as igrejas verdadeiras têm passado por grandes transformações em seus cultos, principalmente em relação ao que chamamos de adoração. Estas mudanças, ao longo das últimas quatro décadas, deveriam estar mais voltadas ao esforço contínuo para manifestar a presença de Deus nos cultos e inspirarem os crentes a adorar ao Senhor, porém os resultados destes últimos anos têm se mostrado menos satisfatórios do que o esperado, e no decorrer deste artigo vamos entender o porquê disto.
Em 1960 surgiu o famoso MOVIMENTO DA RENOVAÇÃO nas várias denominações de igrejas evangélicas, e neste mesmo período ocorria também o início dos movimentos hippies. Nesta década muitos hippies vieram para fé, porém ao invés de terem suas vidas transformadas pelo Espírito, muitas formas comportamento e hábitos informais de comunicação e de vestuário continuaram em uso, e acabou por refletir na maneira adotada de culto ao Senhor. Juntamente com estes comportamentos e hábitos informais, também vieram estilos de músicas não cristãs, com seus estilos de apresentação performática.
Este foi o período inicial em que as igrejas evangélicas de variadas denominações, devido à falta de observação adequada de seus pastores, começaram adotar este novo estilo de adoração e a usar estes informalismos na tentativa de atrair jovens as suas igrejas.
Neste período de “mudanças” efatizava-se a necessidade liberdade na maneira como as pessoas poderiam e queriam louvar, buscando alguma forma de expressarem suas emoções de maneira que achassem mais adequados. O ato de bater palmas, pular, dançar, balançar o corpo ou se jogar ao chão era necessariamente o resultado de um impulso do Espírito Santo, e logo passou a ser entendido que este era um meio de levar os crentes a um “estado de benção”.
Neste início deste período de mudanças surgiram críticas de outras denominações e membros destas igrejas, contrários a estas mudanças, porém o ponto de defesa dos defensores para adotar estas novas mudanças estava na justificativa de que a crítica a sua maneira de adoração significava também uma crítica direta ao Espírito Santo. Logo este tipo de defesa acabou por contribuir para evitar qualquer tipo de julgamento sobre qualquer nova maneira de adoração, e não demorou muito para que estas mudanças chegassem às igrejas no Brasil.
FALTA DE REVERÊNCIA E ORDEM
Em função da adoção destas novas modas dentro das igrejas, todo e qualquer esforço para que os cultos nas igrejas tivessem uma atitude de expressar reverência e ordem, eram taxadas como sendo vazias, frias, sem animação e ritualistas. O resultado final dentro do dia-a-dia das igrejas foi à adoção de um clima informal de comportamento e familiaridade excessiva na forma de tratamento com Deus, Jesus e o Espírito Santo, tanto no falar, no louvar e no pregar.
Nos dias atuais tem sido muito comum ver nas igrejas, membros e até pastores usarem expressões de extrema informalidade quando se dirigindo a qualquer pessoa da trindade, como por exemplo: “Jesus é o cara”, “Jesus é demais”, “Deus arrebenta”, “Jesus é mano”, “A salvação é um negócio muito louco”, “Jesus salva qualquer neguinho”. Estas informalidades também ocorrem tanto dentro quanto fora do culto e logo Jesus começou a ser tratado pelos adoradores como se fosse seu igual, um colega.
DESPREPARO NA DIREÇÃO DA IGREJA
Na época do surgimento das informalidades, hábitos e comportamentos ecléticos nas igrejas, vários pastores de igrejas os permitiram devido a um despreparo na forma como lidar com estas “novidades”, visto que em muitos seminários quase pouco ou nada se falava sobre este novo movimento.
Muitos pastores também tinham medo de desagradar as suas igrejas, e em grande parte este medo se dava no fato da igreja poder decidir retirar o seu cargo e dar a outro, ou em outras vezes não o faziam por ter um entendimento bíblico muito fraco.
Neste período uma preocupação também passou a dominar estas igrejas: não atrapalhar o que o Espírito Santo estava fazendo. Como os pastores tinham problemas com a falta de discernimento, logo se admitia de tudo e, portanto começou a não mais ser ensinado os princípios para limites referentes à ordem e decência nos cultos e nos louvores (leia I Coríntios 14:40).
HÁBITOS DE VESTUÁRIO AO EXTREMO
Era uma felicidade ver um hippie entregar sua vida a Cristo, mas também era um medo desagradá-lo de alguma forma quando apontado qual o tipo de vestimenta ele deveria usar em um culto. Novamente, pastores e membros, por falta de discernimento optavam por não instruir os novos convertidos.
Os hippies “crentes” que habitavam na região litorânea da Califórnia, foram os responsáveis pela adoção ao uso de camisetas, bermudas, sandálias de praia, comer pipoca, beber refrigerante, chupar bala ou mascar chiclete durante os cultos. Logo não demorou muito para que este estilo fosse adotado por algumas denominações evangélicas voltadas ao MOVIMENTO DA RENOVAÇÃO.
LOUVOR PERFORMÁTICO
No universo do louvor foi difundida uma extrema liberdade para que qualquer “crente” adorasse a Deus da forma que achasse melhor, chegando a transformar cultos em “show-cultos”. A música em coro tradicional logo passou a dar espaço para grupos de louvor se posicionar a frente do púlpito ou em palcos, cantando e agindo como intérpretes de astros da música popular “dita cristã”, como se estes estivessem se apresentando a uma congregação.
Não demorou muito para que fossem agregados a estes “show-cultos” grupos de dançarinos, agitando bandeiras de ordem de variados tipos, para dar um ar de graça na adoração a Deus. Nos dias atuais muitas igrejas abriram suas portas criando um novo ministério dentro de suas igrejas: Ministério da Dança.
Conseqüentemente as igrejas passaram a reagir com aplausos à apresentação desses grupos, da mesma forma como as platéias reagem diante de um show ou espetáculo de artistas populares. Também não demorou muito para as platéias agradecerem pela apresentação, como se estes grupos estivessem ali para entretê-los.
Tanto as igrejas e estes grupos passaram a se esquecer de que deveriam cantar juntamente com a congregação para adorar ao Senhor, oferecendo sacrifícios de louvor, e esperando o reconhecimento do próprio Senhor e não dos homens.
Sob influência de outros países, missionários, evangelistas e pastores brasileiros, assim como outras nações, começaram a ser influenciados por esta nova “forma de adoração”. A partir da década de 90 esta nova influência já permeava até as igrejas batistas tradicionais.
Inserido de <http://olharreformado.wordpress.com/2010/08/12/o-desaparecimento-do-louvor/>
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